sábado, 18 de setembro de 2010

O mundo que não faz parte de mim


 Às vezes somos novos velhos, queremos viver, mas vivemos trancafiados. Talvez por nossa própria vontade. Talvez por não ter descoberto o mundo ainda. Vivemos de maneira retrógrada, não vemos futuro no amanhã. Só nos preocupamos com o ontem. Mas que valor isso tem?
Me pergunto todo dia, se posso fugir, me esconder de mim mesmo e talvez chamar alegremente pela morte. Eu queria ter coragem, mas sou uma fracassada. Talvez não faço parte desse mundo, quem sabe um dia alguém me tire daqui. Sonho com isso, leio livros de romance pra acreditar que ainda existem príncipes encantados.
Não sou a mocinha inocente, que espera por um príncipe que venha de cavalo branco, penso em tudo que quero e quero mais do que isso. Mas, confesso, todas as mulheres que dizem isso querem profundamente que isto aconteça.
Sonhos são quase inatingíveis, não consigo alcançá-los, me canso, paro e nunca ninguém veio me salvar. Toda vez que caí, levantei sozinha, eu pedia ajuda silenciosamente mas ninguém me ouvia. Quem sabe é melhor isso acontecer, criei forças e hoje sou assim. Se bem que não é tão bom assim, me sinto perdida, fora de sintonia, não sei explicar em palavras. Sou uma nova velha, vivo em casa, lendo livros e tomando chás ou cafés. Leio jornal, não olho tv, a única diferença é que gosto de tecnologias (algumas).
Me sinto diferente dessa massa de adolescentes que tomou conta do mundo, pareço com pessoas mais antigas, pressinto isso, porque não conheci nenhuma.
Gosto de ouvir música e escrever, vou incluir o gostar de cantar (debaixo do chuveiro é claro), mas deixo claro nunca fui boa nisso. Algo que eu amo imensamente é dançar, mesmo que isso me traga dor muscular ou outras consequências, é um dos únicos momentos em que me sinto completa. Pois, finalmente achei algo que me faça bem de verdade.
Ah, a propósito esqueci de me apresentar, me chamo Tayana e tenho 17 anos.  Não gosto de estudar, mas sempre estudo. Quase nunca saio de casa e sempre estou fora de sintonia. Nunca me apaixonei por nenhuma pessoa, já amei várias, estou sempre amando-as, mas paixão é diferente. Paixão eu tenho pela dança. Talvez a maior delas seja pelo ballet, que hoje não faz mais parte da minha vida.
Eu prevejo meu futuro sendo uma velha sedentária, que por fracassar mais uma vez, vai deixar sua paixão (dança) pelo dinheiro, por uma vida melhor e se acomodar. Até prevejo que vou morrer sozinha, lendo um livro, pois não vou ter ninguém do meu lado.

3 comentários:

  1. Ninguém tem o dom de conhecer o coração humano a não ser aquele que o carrega. Mas a tristeza do seu texto tocou fundo em minha alma, pois, a cada linha que lia mais me identificava com você. Apenas uma diferença; eu me joguei na vida e com isso aprendi a domá-la sem medos ou receios. E acredite Tayana viver é tão simples quanto o voar de um pássaro, basta que você aprenda a dominar o seu medo de altura.
    Um beijo e pense nisso com carinho.

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  2. Tayana, leia O lobo da estepe, do Herman Hesse. Você vai se identificar.

    Um abraço!

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  3. Eu vou pensar com carinho sim Wagner, obgrigado.
    Vou dar uma olhada Zé. :)

    Abraços!

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